"Gosto muito de chupar o sexo dos homens. Fui iniciada nisso quase ao mesmo tempo que aprendi a conduzir a cabeça de um pau até a outra entrada, a subterrânea. Se me deixasse levar pela facilidade, poderia escrever páginas e páginas, levando-se em conta que apenas a evocação desse trabalho de formiga já desencadeia os primeiros sinais de excitação. Talvez haja mesmo uma longínqua correspondência entre meu esmero em fazer um boquete e o cuidado que tenho com toda descrição na escrita. Aliás, nesses momentos, minhas palavras são, tolamente, as de uma criança gulosa. Peço "minha chupeta grande" e isto me deixa feliz. E, quando levanto a cabeça, porque preciso distender os músculos de minhas bochechas, exclamo um "hum... está bom!" como uma criança que pensa agradar aos pais se empanturrando. Da mesma maneira, recebo os elogios com a vaidade do bom aluno em dia de distribuição de prêmios. Nada me estimula mais do que ouvir dizer que sou "a melhor das chupadoras". Melhor: quando, dentro da perspectiva deste livro, converso com um amigo vinte e cinco anos depois de ter encerrado nossas relações sexuais, e ele me diz que desde então "ele nunca mais encontrou uma mulher que chupasse tão bem", baixo os olhos, por pudor, mas também para lamber meu orgulho."
A Vida Sexual de Catherine M.
A Vida Sexual de Catherine M.
Catherine Millet

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